quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Especial Frio na Europa

Vaga de frio na Europa já provocou 470 mortes         
Pelo menos 470 pessoas já morreram na Europa devido à vaga de frio, das quais 40 somente em Itália. Maior parte são sem-abrigo mas temperaturas negativas também têm provocado mortes dentro de casa. Frio siberiano vai continuar.         
O frio glacial que afeta o continente europeu, e vai continuar pelo menos até à próxima semana, já matou 470 pessoas. Em apenas uma semana, morreram em Itália 40 pessoas, 11 das quais somente ontem. As temperaturas negativas têm afetado sobretudo pessoas mais vulneráveis como os sem-abrigo, idosos e crianças.
Quase todos os óbitos por hipotermia registados dizem respeito a pessoas sem-abrigo e com problemas de saúde (doenças respiratórias, cardiovasculares ou endócrinas). Outras pessoas faleceram dentro de casa, quase todas por asfixia ou intoxicação, sendo a causa direta os aquecimentos defeituosos que provocaram incêndios e libertação de monóxido de carbono. Houve também o caso, na Ucrânia, de um homem que morreu por falta de medicamentos, tendo a ambulância que foi chamada por o ir socorrer ficado retida no caminho por causa da neve.
Desde janeiro, pelo menos 136 pessoas já morreram de frio na Ucrânia. Segundo as previsões do Instituto Meteorológico ucraniano, os termómetros deverão baixar até aos -30ºC no próximo fim de semana.

40 mortos em Itália

Numa semana, o frio provocou 40 mortos em Itália. A vaga de frio e as tempestades de neve afetam o país de ponto a ponta. As temperaturas mais baixas têm sido registadas na região norte, com -25ºC em Marcesina. Os fortes nevões têm caído mais no sul, em especial nas zonas montanhosas. A neve também já chegou à Paleme, na Sicília.
Além da falta de infraestruturas de proteção civil - problema que veio à tona devido ao mau tempo -, o país está a enfrentar um grave problema energético. A par do aumento do consumo provocado pelas baixíssimas temperaturas, que alcançou recordes históricos (460 milhões de metros cúbicos diários), houve redução do gás que é habituamente importado da Rússia.
Em L'Aquila, devastada por um terramoto em 2009 que fez mais de 300 mortos, a população isolada pela neve teme a escassez de alimentos e a presença de lobos famintos nasa ruas desertas de Trasacco.
A onda de frio tem também congelado a Espanha, onde as temperaturas baixíssimas, de até -20ºC em algumas regiões, deixaram mais de 40.000 alunos sem aulas na Catalunha (mais de 120 escolas fecharam por causa da neve) e Castilla y León, além de causar a interrupção do tráfego marítimo na ilha de Menorca.
Na Grécia, uma britânica residente na ilha de Symi, mo mar Egeu, afogou-se numa torrente provocada pelas fortes chuvas. Foram registados três outros mortos.
A Áustria está também coberta por um manto de neve, mas a capital austríaca, Viena, até aqui tem sido poupada pelo mau-tempo. O balanço é de quatro mortos.
Na Alemanha, o frio matou pelo menos um homem, encontrado congelado dentro do seu carro em Basse-Saxe, no norte do país. Outro foi encontrado morto dentro da sua casa, que não tinha aquecimento. Segundo as autoridades, o frio já provocou quatro mortes.
Em França, onde já morreram seis pessoas devido ao frio glacial, o alerta "laranja" foi decretado em 55 departamentos, ou seja, mais da metade. Em vários locais no interior as temperaturas chegaram a 15ºC abaixo de zero. Os nevões têm complicado a circulação no centro e norte do país.
Nos países baixos, as temperaturas desceram até menos 18,9ºC no norte do país. Um homem morreu no passado sábado em Ripwetering, afogado, após a quebra de uma camada de gelo.
O mau tempo, em forma de forte precipitação, queda de neve ou geada também já afetou o norte de África. As intempéries já provocaram 28 mortes na Algéria.

68 mortos na Polónia

Na Polónia, são já 68 os falecimentos registados por hipotermia, dos quais seis apenas nas últimas 24 horas.
Na Lituánia, registaram-se 23 mortos, na Letónia 10 e um na Estónia.
Na República Checa, um homem de 44 anos morreu de frio dentro de uma cabana nos arredores de Praga, elevando para 24 o número de óbitos.
Na Eslováquia e na Moldávia, morreram três pessoas.
Na Roménia, os mortos provocados pelo frio são já 38. Neste país, a maior parte das escolas estão encerradas, o transporte ferroviário está condicionado e muitas estradas nacionais estão encerradas.
Na Bulgária, que havia registado pelo menos 16 mortos desde finais de janeiro, outros oito óbitos foram reportados na passada segunda-feira devido às inundações. As tempestades de neve voltaram a castigar o país. O trânsito nas estradas está condicionado.
Na Hungria, onde 13 pessoas já morreram de frio, uma mulher morreu ontem intoxicada por monóxido de carbono em Bordany (sul). Em Bosnie, uma idosa foi encontrada morta na neve numa aldeia perto de Mostar (sul). Outra vítima, um homem, foi encontrado coberto de neve à beira de uma estrada perto de Travnik (centro).
Nos Balcãs, as mortes devido ao frio ascendem a pelo menos duas dezenas, sendo dez na Sérvia, cinco na Bósnia, três na Croácia, uma em Montenegro e uma na Macedónia.
Na Sérvia, onde continua a nevar sem parar, a situação é cada vez mais crítica e há dezenas de milhares de pessoas isoladas sítios recônditos, tal como na Croácia, Bósnia, Macedónia e Montenegro. Navios quebra-gelo já estão a atuar no Danúbio, onde o tráfico fluvial está afetado.
Nos Balcãs, as temperaturas registadas esta semana são da ordem de -25ºC.

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