O valor médio da quantidade de precipitação foi de 222 mm, 161 mm acima da média de 1971-2000.
O estado do tempo foi condicionado por uma região depressionária complexa, com núcleos principais centrados no Arquipélago dos Açores e perturbações frontais a ela associadas, com ocorrência de períodos prolongados com precipitação.
Observaram-se quantidades de precipitação muito elevadas, cerca de 2,5 a 5 vezes superiores aos valores médios, classificando-se este mês como muito chuvoso a extremamente chuvoso em todo o território.
Os valores agora observados ultrapassaram os registos de março desde 1941 em alguns distritos da Beira Interior, Estremadura, Ribatejo e Alentejo, nomeadamente em:
- Penhas Douradas (523 mm)
- Alvega (242 mm)
- Portalegre (313 mm)
- Lisboa/Geofísico (240 mm)Setúbal (195 mm)
- Alvalade (159 mm)
e ainda, mas com observações apenas desde 1964:
- Amareleja (155 mm)
2º valor mais alto em Vila Real de Santo António: (1º 212 mm em 1955)
3º valor mais alto em Beja: (1º 215 mm em 1947; 2º 171 mm em 1956)
O número de dias com precipitação (³ 1,0 mm) variou entre 15 e 25, em todo o território, sendo 2 a 4 vezes superior aos valores médios (1971-2000).
O número de dias chuvosos (precipitação ³ 10 mm) variou entre 3 e 15, sendo 2 a 8 vezes superior aos valores médios, em particular num grande número de estações das regiões do norte e centro, que registou mais de 10 dias chuvosos.
De referir ainda o elevado número de horas consecutivas com precipitação igual ou superior a 0,1 mm, em algumas estações meteorológicas:
- 51 horas em Penhas Douradas (das 13 horas do dia 4 às 16 horas do dia 6)
- 37 horas em Monção (da 1 hora do dia 11 às 14 horas do dia 12)
- 25 horas em Viseu (das 16 horas do dia 28 às 17 horas do dia 29)
e 20 horas em muitos locais das regiões centro e sul, nomeadamente:
- Alvega (das 0 horas às 20 horas do dia 31)
- Portalegre (das 0 horas às 20 horas do dia 31)
- Setúbal (das 3 horas às 23 horas do dia 31)
- Amareleja (da 1 hora às 21 horas do dia 31)
- Évora (das 0 horas às 20 horas do dia 31)
Na Figura 1 apresenta-se a distribuição espacial da razão (%) entre a quantidade de precipitação registada em março de 2013 e a quantidade de precipitação média no mês (período de 1971-2000). Os números associados aos locais representam a posição na respetiva série de precipitação.
Em 31 de março de 2013 o conteúdo de água no solo apresentava valores superiores aos valores médios, estando o solo saturado em todo o território. Os valores da quantidade de precipitação acumulada no ano hidrológico (1 de outubro de 2012 a 31 de março de 2013) variam entre 105 e 190%.
A sequência de ocorrências de condições excecionalmente chuvosas originou numerosas situações de deslizamentos de terras, derrocadas, etc. Os elevados valores da precipitação registados fizeram subir consideravelmente o nível dos cursos de água, tendo ocorrido cheias nas principais bacias hidrográficas; para esta situação contribuiu também a precipitação ocorrida em Espanha e a correspondente necessidade de descargas das barragens.
Fonte: IPMA
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